segunda-feira, 23 de maio de 2011

Notas finais 2º semestre 2011

Ana Gabriela Pereira - 13
Ana Marta Baptista - 15
Inês Lourenço - 17
Inês Pereira Gomes – 17
Ingo König - 19
Isabel Jacinto – 12
Isabel Quiala - 13
Ivan Gomes - 13
Joana Dias – 13
João Teixeira - 12
Jorge Rodrigues – 18
Marta Talhão – 17
Nuno Belo - 15
Paula Garcia - 13
Raquel Silva - 15

Qualquer dúvida, peço que me contactem.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Para que serve um teste?

1 – forma de avaliação de conhecimento;
2 – permite quantificar a qualidade do trabalho (normalmente com uma nota de 0 a 20);
3 – modo do aluno restringir a 2 horas de escrita tudo o que aprendeu ao longo de 4 meses;
4 – avaliação da capacidade de síntese do aluno;
5 – permite ao professor compreender o modo de pensar do aluno;
6 – forma de avaliar a capacidade de escrita e exposição de ideias;
7 – facilita a avaliação do aluno por parte do professor, na medida em que este tipo de avaliação se aplica igualmente a todos;
8 – meio que proporciona ao aluno compreender se adquiriu os conhecimentos necessários;
9 – o aluno consegue deste modo perceber se o seu método de estudo é adequado;
10 – incentivo ao aluno para desenvolver o pensamento crítico relativamente à matéria dada.


Ana Marta Baptista, nº25594
3º ano – Ciências da Comunicação

sábado, 14 de maio de 2011

aTravessa, poesia dos lugares

Enzo Minarelli, poesia sonora. Este e outros senhores vão estar na Casa Pessoa dias 18 e 19 de Maio, a partir das cinco.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Take this, Jonathan Swift

O Pato sem Piedade
 
Era uma vez no Jardim do Gulbenkian um pato. Não sei se você conhece este jardim, mas é uma asneira, uma destas tentativas modernas de converter o que Deus deu a este mundo numa obra de arte, sacrilégio que com certeza vai encontrar a sua pena algum dia. O nosso bom senso tem de dirigir-se contra isso, mas não contra os animalzinhos que, quem sabe por quê, decidiram morar nesta afronta ao Senhor. Contudo, nem estes bichos são iguais, há alguns que foram comprometidos pelo ambiente.
Por exemplo a Dolly. A Dolly era um pato, nasceu numa primavera luminosa perto do regato que atravessa uma parte do areal. Pouco se sabe sobre a família dela, mas presumimos que faltava a forte figura do pai, entregando a nossa protagonista à gestão da mãe que, embora crente (por isso o nome Dolores) e devota, era fraca. Não sabia proteger a filha dos múltiples perigos que distinguem o jardim do Gulbenkian, impressões que iriam estragar o que tinha de bom e modesto na alma de Dolores: Gente jovem da universidade, homens e mulheres urbanos, artistas; todos a povoar o jardim, convertendo-o numa Babilônia, um lugar putrefacto de sussurros lascivos, beijos roubados a bocas do outro ou até do próprio sexo, prácticas desportivas estrangeiras de duvidoso objectivo, consumo de substâncias entorpecentes. Um nojo. E Dolores no centro, cada vez pior, cada vez mais impugnando a autoridade da mãe e as suas advertências benevolentes: Não olhes, Dolores, não perguntes! Mas Dolores, ou Dolly, como se chamava agora, não ouviu, não queria ouvir. De onde era que vinha esta gente? O quê tinha detrás dos arbustos e muros, os confins do mundo do jardim?
Um dia Dolly decidiu sair. Gingou pelos caminhos torcidos, rumo ao limite do parque, a serventia pela qual entrava e saía toda a gente. Passo a passo se acercou. Novos sons entraram pelos ouvidos dela, alheios e fascinantes. Lá tinha ainda mais humanos, menos do verde familiar e íntimo da pátria. O chão também era outro, tinha uma cor diferente, um cinzento escuro, e outra temperatura. Emitia calor.
Dolly morreu neste mesmo dia de verão, atropelada por um carro. Foi a culpa dela e da sua sociedade, ambas não suficientemente fortes para se defenderem contra o mal que vem de fora.

sábado, 30 de abril de 2011

Livro assim ou assado

(Isto é um comentário que não consegui fazer no devido lugar - o video da entrevista anteriormente postado -, por causa de complicações técnicas de identidade. Movida pela irritação, postei como "mensagem". Um simples pormenor de formato, não é? O que importa é que está aqui o que penso.)


Porquê conceber uma capa dura com um punhado de folhas lá dentro como um objecto sacro? Eu admiro a transportabilidade do livro, o facto de poder tirar notas e sublinhar no seu suporte de papel, o formato "organizadinho" do objecto em si. Mas não posso tirar o mérito aos livros em digital, que já tanto me auxiliaram em trabalhos académicos, por exemplo. Não há orçamento que aguente o desejo que um espírito tem de instrução, se este só encontrar realização na materialidade.
A música perdeu qualidade desde que passou a ser ouvida nos mp3? Então estou segura de que um livro não deixará morrer a literatura só porque esta se transportou para outro corpo. A alma, que são as palavras (difícil conclusão), mantém-se intacta e inabalável. No big deal.
No fundo, estamos aqui em mãos com a questão de Benjamin sobre a "Reprodutibilidade Técnica", a qual democratizou o acesso às obras de arte.
Isso é mau?

domingo, 24 de abril de 2011

Queixa das Almas Jovens Censuradas

Dão-nos um lírio e um canivete
E uma alma para ir à escola
Mais um letreiro que promete
Raízes, hastes e corola

Dão-nos um mapa imaginário
Que tem a forma de uma cidade
Mais um relógio e um calendário
Onde não vem a nossa idade

Dão-nos a honra de manequim
Para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos um prémio de ser assim
Sem pecado e sem inocência

Dão-nos um barco e um chapéu
Para tirarmos o retrato
Dão-nos bilhetes para o céu
Levado à cena num teatro

Penteiam-nos os crâneos ermos
Com as cabeleiras das avós
Para jamais nos parecermos
Connosco quando estamos sós

Dão-nos um bolo que é a história
Da nossa historia sem enredo
E não nos soa na memória
Outra palavra que o medo

Temos fantasmas tão educados
Que adormecemos no seu ombro
Somos vazios despovoados
De personagens de assombro

Dão-nos a capa do evangelho
E um pacote de tabaco
Dão-nos um pente e um espelho
Pra pentearmos um macaco

Dão-nos um cravo preso à cabeça
E uma cabeça presa à cintura
Para que o corpo não pareça
A forma da alma que o procura

Dão-nos um esquife feito de ferro
Com embutidos de diamante
Para organizar já o enterro
Do nosso corpo mais adiante

Dão-nos um nome e um jornal
Um avião e um violino
Mas não nos dão o animal
Que espeta os cornos no destino

Dão-nos marujos de papelão
Com carimbo no passaporte
Por isso a nossa dimensão
Não é a vida, nem é a morte



Natália Correia


(um poema para relembrar o Portugal que o Abril de 74 transformou)

terça-feira, 5 de abril de 2011

http://www.youtube.com/watch?v=apgc_wMQ4uM

Este audio é um bocadinho malcriado, por isso fica ao vosso critério. Mas é um exemplo de como a linguagem pode ir a sítios do "corpo-língua" que, por razões óbvias, o modelo dominante de 'texto literário' evita.

Podem confrontar com, entre outros: Luiz Pacheco, Mário Cesariny, António Aragão, Alberto Pimenta, Al Berto...

(Portuguese) Luiz Pacheco - O Libertino [3/6]

A fórmula de um livro

“Juntamos algo da nossa experiência vivida a algo que não conhecemos”, assim fala Rui Zink a propósito do seu livro Hotel Lusitano, numa breve entrevista à RTP2. Esta pode ser entendida como uma fórmula, a meu ver, que permite ao autor ir além de si sem sair de si, no acto da escrita; uma permanência do Eu que se combina com a sua própria imaginação, um “vá para fora cá dentro”, como já dizia o slogan publicitário...
A grande dificuldade daqueles que procuram escrever para um público numericamente maior que as três pessoas que têm sentadas no sofá da sala de estar, decerto terá a ver com questões de inibição relativamente a uma escrita que parece não ser capaz de ultrapassar o nível da telenovela que se confina às quatro paredes. No entanto, sugere-se-me que possa também estar relacionada com essa (in) capacidade de misturar, com esse receio de não se atingir o “ponto caramelo” da literatura invejável.
Alguns, e inumeráveis, serão os autores que pecaram pela separação do vivido e do imaginado, explorando separadamente cada um deles, não permitindo que um tempere o outro, e, desse modo, somos levados numa escrita que, ou é demasiado pessoal e apaixonada (que nos toca na pele até fazer ferida), ou demasiado ilusória e pouco tangível. Há uma relação proximidade/afastamento com o livro que precisa ser criada, e esta terá certamente a ver com o equilíbrio perfeito entre a verdade e a fantasia, entre aquilo que o autor sentiu e aquilo que a imaginação lhe ditou. É desta contaminação que parece viver a boa literatura, aquela que não nos arrancando impiamente à realidade, nos deleita nas suas possibilidades ínfimas e desconhecidas.
Inês Lourenço

segunda-feira, 4 de abril de 2011

domingo, 3 de abril de 2011

segunda-feira, 28 de março de 2011

"Atacar"/"Criticar" & outras questões de linguagem

http://www.youtube.com/watch?v=wZLaLO-tTJU&NR=1

E para quando um artigo neste blogue postado por alunos?

Hum?

Manuais de História ainda contam o mundo à moda do Estado Novo

Clara Viana, Público 28/3
Os manuais de História do 3º ciclo do ensino básico continuam a perpetuar "muitos dos discursos do Estado Novo". São apresentados de um modo "mais subtil e suavizado", mas constituem "um corpo ideológico" que continua a condicionar o modo como se fala do racismo, do nacionalismo e da "história dos outros". As constatações são da investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra Marta Araújo e têm como base uma análise dos cinco manuais de História mais vendidos, em 2008/2009, no 7º, 8º e 9º anos de escolaridade.

Esta análise constituiu o ponto de partida para a investigação Raça e África em Portugal, que Marta Araújo lidera no CES. No âmbito deste projecto, que ficará concluído em Agosto, estão a ser realizadas também entrevistas a historiadores, estudantes universitários, professores e alunos do 3º ciclo.

"Tentámos ir mais além da identificação das representações dominantes. Sabemos que são estereotipadas, existem imensos estudos que o mostram. Em vez de fazermos mais um, assumimo-los como ponto de partida e fomos antes tentar explorar a ideologia que lhes subjaz e o modo como através desta se naturalizam as relações de poder", explica a investigadora.

Como se conta o mundo então? "Garantindo a presença da Europa no seu centro." "Este eurocentrismo exprime uma pretensão universalizante, através da qual o modelo de desenvolvimento europeu ocidental é adoptado como padrão para avaliar todas as outras sociedades", explica Marta Araújo.

Clara Serrano, investigadora dos Centros de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra, também tem andado à volta dos manuais de História do ensino básico e à semelhança de Marta Araújo constatou que nestes livros " a história universal é estruturada e apresentada a partir de uma perspectiva marcadamente eurocentrista". "A história dos outros continentes é muito pouco leccionada - e, quando é, é-o como efeito secundário do conhecimento de actividades de descobrimento e colonização protagonizadas por povos europeus", explicita. Não é um exclusivo: "É curioso verificar que os próprios manuais dos países não europeus não conseguiram escapar a esta linha europeísta."

Para Marta Araújo, o eurocentrismo como ideologia ganha eficácia "através da despolitização". Por exemplo, a guerra colonial tende a ser descrita "não como uma guerra de libertação, mas sim como uma guerra de guerrilha sem um propósito". Há livros em que as únicas imagens reproduzidas são a de soldados portugueses mortos, uma forma, segundo a investigadora, de reforçar uma narrativa recorrente. "Também a encontramos, por exemplo, nos capítulos da Reconquista da Península Ibérica. E a imagem que se faz passar é que nós, portugueses, fomos forçados a sermos violentos, enquanto eles, sejam angolanos ou mouros, são naturalmente violentos e bárbaros."

É o que está patente nestes trechos apresentados em manuais do 7º e 9º ano e que são reproduzidos pela investigadora num artigo publicado na revista Estudos de Sociologia.

Sobre a Reconquista: "No século VIII, os Cristãos viram a sua vida quotidiana - em si bastante instável - ameaçada pela chegada dos Muçulmanos. Em consequência os Cristãos estabeleceram contacto com os Cruzados de outros reinos Cristãos Europeus com os quais reuniram esforços para recuperaram os territórios perdidos(...)."

Sobre a guerra colonial: "Um sentimento generalizado de medo entre os colonos levou-os a matar muitos indígenas enquanto outros fugiram, indo juntar-se aos guerrilheiros. Posteriormente, tribos do Norte de Angola assassinaram centenas de colonos."

"Há sempre um jogo que naturaliza a nossa violência e que esvazia o lado político da luta deles", frisa Marta Araújo.

"Ranking dos colonialismos"

Num manual do 8º ano explica-se que os portugueses foram para África, porque queriam fazer comércio. O modo como se narra o que aconteceu então e depois acaba por dar corpo a uma espécie de "ranking dos colonialismos". "O racismo é sempre tido como um fenómeno circunscrito e associado aos impérios francês e britânico." As atrocidades ficam sobretudo por conta dos espanhóis. E a nós atribuem-nos uma espécie de "colonialismo suave", uma leitura que, segundo Marta Araújo, voltou a ganhar força nos últimos dez anos.

Com a ênfase europeia no multiculturalismo, Portugal volta a apresentar-se como tendo um papel pioneiro, ressuscitando "o discurso lusotropicalista que foi apropriado pelo Estado Novo" - essa ideia de que os portugueses sempre tiveram melhor capacidade de adaptação a outros povos e culturas. "Nunca se discute o fenómeno do racismo. Ou é tido como um fenómeno circunscrito a outros, ou como uma atitude individual, ou como ligado a situações extremas, como o nazismo", frisa.

Não por acaso, acrescenta, na maioria dos manuais não existe uma única referência aos ciganos: "É uma parte da população que desapareceu." Os manuais escolares, sendo um dos principais recursos utilizados nas salas de aulas, "dizem bastante sobre o modo como se ensina a História nas escolas", afirma Clara Serrano.

Existe uma "simplificação" que é potenciada pela extensão dos programas em vigor e a carga horária reduzida atribuída à disciplina. E esta simplificação contribui para o êxito de um propósito, adverte: "Não nos podemos esquecer que os manuais são transmissores de valores que a instituição escolar e, em última análise, o poder instituído pretendem transmitir. Por isso, a escolha da linguagem, do estilo, a selecção dos assuntos e dos textos, a organização e hierarquização dos conteúdos não será de todo inocente."

quinta-feira, 24 de março de 2011

Outra referência dos Homens da Luta

Eurovision 1977 - Os Amigos - Portugal no coração



Comentário: 1977 - em parte o produto que os Homens da Luta agora homenageiam/parodiam com carinho, troça, ironia, duplos sentidos dentro de duplos sentidos. Podemos talvez comparar os dois vídeos. (aula de 23/3)

quarta-feira, 16 de março de 2011

poesia popularíssima

seguem aqui as minhas tentativas... optei por não dar muita importância ao número das sílabas, isso, enfim, pode-se facilmente compensar na leitura a voz alta.

miradouro

sentados ao lado do adamastor
vemos o monstro nos enfrentar
saudação pedernal do redentor*
para nós e o ponte salazar.

* monumento mais feio da zona

 
antes do rendez-vous

a aula quase está a terminar
falta só um quarto de hora
contudo não paro de esperar
que acabe, que possa ir embora.

rendez-vous?

logo, às cinco e trinta
– o cinzeiro já está cheio –
toda esperança é extinta
ela/ele simplesmente não veio.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Podem procurar no Youtube trechos de narração oral

Talvez buscar com palavras-chave, como "contador de histórias", "Contos orais", etc.

Aqui vai uma amostra:
II Encontro Internacional de Narração Oral (Almada)

domingo, 13 de março de 2011

Trabalhos de casa

Alguns alunos perguntam se podem fazer trabalhos de casa ou de aula antigos. Claro que sim. Até podem inventá-los - a ideia é trabalharem, logo treinarem.
Quando eu disse que "a aula é o espaço do erro" referia-me precisamente (em parte) a isso.

Aqui fica então uma proposta de exercício. Analisar e comentar o seguinte poema de Adília Lopes:

Autobiografia Sumária

Os meus gatos
gostam de brincar
com as minhas baratas.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Aviso aos alunos da cadeira

Meus caros, como sabem a aula/disciplina é teórico-prática, ou seja (como já sublinhei) o vosso investimento é crucial para... o vosso sucesso.
Tenho dado exemplos: a aula é o apeadeiro no percurso, etc., o programa é um menu de escolhas (um cardápio) onde vão buscar assuntos que vos interessem, têm à disposição um bufete de textos primeiros (os textos literários) e auxiliares de análise e leitura.
Lembro que os artigos apresentados em aula e/ou aqui neste sítio são de leitura obrigatória.

Preciso também que se adiantem com propostas de apresentação em aula.

Em relação à dupla leitura (ou dupla ideologia): geralmente a pessoa ingénua pergunta o que "o poema quer dizer". Ora o poema não "quer dizer", o poema diz. Mas por acaso podemos aplicar esta questão - só que invertendo-a - a textos e discursos: textos que queriam dizer uma coisa mas dizem (também) outra. Isto é flagrante sobretudo quando o emissor não domina o instrumento que usa para comunicar.

Um exemplo (apresentado em aula): os pires e as chávenas deixados, sujos, na esplanada da nossa faculdade. Por que motivo os alunos que vão buscar o que consomem (é self-service) não podem depois fazer o mesmo simples e prático gesto de volta? Uma resposta em aula: "Ah, eu estou a pagar um serviço." Não é claro que assim seja. E, se queremos serviço completo, talvez tenhamos de pagar mais, porque para a limpeza das mesas ser eficaz (enquanto as empregadas estão na cozinha, tiram as bicas, estão na caixa, irem ainda de 3 em 3 minutos limpar as mesas)talvez seja necessário contratar mais pessoal, logo encarecer os produtos. A minha leitura é distinta, e menos simpática para nós, docentes e discentes da bela FCSH. (Ver exemplo 3).

Outro exemplo: no discurso directo, num romance, muitas vezes o locutor pensa que está a dizer uma coisa mas está a dizer outra. (É assim que alguns detectives descobrem coisas.)

Ainda outro exemplo: o "Eu não sou de intrigas, mas". Há aqui uma bifurcação clara. 1) Eu não sou de intrigas; 2) mas (sim, sou, e a prova mesma é que neste preciso momento vou intrigar).

Conto convosco. Sei que o que vos motiva é aprender e não apenas ter a nota.
Asseguro que o que me motiva é que se sintam motivados e, já que estamos com a mão nos produtos perecíveis, aprendam algo com a cadeira.
Um comovido obrigado.

terça-feira, 8 de março de 2011

Faz favor, menina

(Público, 8/3: Maria José Casanova, I.Educ. Univ. Minho)

[Nota do prof: Este artigo chama a atenção para o aspecto de a linguagem nunca ser inocente. Gostava que tentassem, como exercício, identificar os pontos principais do texto.]

Numa perspectiva de compreensão sociológica da realidade social, devo confessar que não gosto de "Dias de". Os "Dias de" remetem para a evidência de um tratamento socialmente hierarquizado, discriminatório, de grupos considerados minoritários porque socialmente destituídos de diferentes tipos e montantes de poder (seja o dia da mulher, do deficiente, do cigano, etc.). Remetem portanto para categorias sociais normalmente (e normativamente) invisibilizadas nas relações do quotidiano pela ausência de poder socialmente considerado: os não-cidadãos ou os súbditos (de sub-dito). A sociedade fica assim de consciência tranquila porque, numa atitude paternalista, por um dia outorga atenção a categorias sociais estruturalmente subalternizadas, diminuídas no seu estatuto de cidadãs ou cidadãos.

É o que acontece com o "Dia Internacional da Mulher", cuja "comemoração" ocorre hoje. Sendo as mulheres mais de 50% da população mundial, desempenhando, tal como os homens, um papel fundamental na reprodução social das sociedades, na estruturação familiar e no mercado de trabalho, considerá-las um grupo minoritário (mais uma vez: pela ausência de poder socialmente considerado) significa a assunção da sua subalternidade num mundo construído e ordenado segundo categorias sociais masculinas.

Incontornavelmente mais importante do que qualquer institucionalização de "Dias de", é institucionalizar práticas democráticas, construtoras de relações de sociabilidade, familiares e de trabalho não-hierarquizadas; do tratamento de cada um de acordo com a dignidade que todo o ser humano, por princípio, merece.

Um exemplo desta ausência de institucionalização de práticas democráticas é o tratamento linguístico de que uma parte das mulheres é estruturalmente alvo por parte da sociedade (neste caso, portuguesa) e que consiste no tratamento de "menina" com que são frequentemente "presenteadas" nos mais diversos contextos de interacção social. Normalmente recorro à ironia em situações desta natureza (que bom/que interessante..., ainda sou considerada menina...), que não raras vezes faz os meus interlocutores ou interlocutoras olharem-me entre a perplexidade e a estranheza...

Esta forma de linguagem remete a mulher para um estatuto de menoridade, retirando-lhe a adultez e outorgando-lhe um estado permanente de infantilidade ao qual se associa a necessidade de serem constantemente cuidadas e agidas pelo género masculino.

Não deixa de ser interessante neste processo de construção social a adesão das próprias mulheres a esta forma de dominação através da atribuição de um sentido positivo à expressão. O tratamento de "menina" aparece associado não a uma subalternidade de género, perpetuando relações de dominação, mas à assunção da sua juvenilidade. Ser tratada por "menina" significa ser percepcionada como pertencendo ainda à categoria social de juventude, independentemente de esse tratamento ser outorgado a uma mulher de 20, 30 ou 50 anos..., perpetuando assim as mulheres formas de dominação masculina que aparecem naturalizadas (incorporadas por homens e mulheres) porque socialmente instituídas.

Esta espécie de "violência simbólica" sobre as mulheres é eficaz dada precisamente a adesão das "dominadas" a este processo de dominação (reconhecimento da validade de) e do desconhecimento das relações de poder que estão na sua base. À semelhança de Pierre Bourdieu (1999), considero que a dominação masculina se perpetua porque as mulheres (e os homens) incorporam, "sob a forma de esquemas inconscientes de percepção e avaliação, as estruturas históricas da ordem masculina", recorrendo, "para pensar a dominação masculina, a modos de pensamento que são eles próprios produtos da dominação". Mas considero também que, sendo as mulheres agentes dotados de capacidade reflexiva sobre os contextos e os processos de interacção, são capazes de construir práticas contra-hegemónicas de desnaturalização destas (e de outras) assimetrias homem-mulher.

No caso em apreço, basta pensar que o mesmo tratamento não é outorgado ao género masculino, a não ser em situações que ocorrem na esfera doméstica, em que a expressão "menino" aparece associada a um tratamento de deferência da empregada em relação ao filho do empregador ou empregadora, o mesmo acontecendo, neste contexto, com o género feminino.

A que formas de rebelião social não assistiríamos se esta forma de linguagem fosse outorgada ao género masculino? Não um tratamento jocoso ou circunstancial, mas um tratamento perene, naturalizado. Pois é de uma rebelião social (mesmo que silenciosa) que necessitamos, protagonizada pelas mulheres nas suas relações do quotidiano: dizer não a esta e outras formas de tratamento subalternizado (materializado através do comportamento, da linguagem verbal ou da linguagem corporal) exigindo dignidade e paridade nos mais diversos contextos e processos de interacção social.

É importante não esquecer que todas as relações sociais são construídas enquanto relações de poder. E o poder exercido sobre o outro será tanto maior ou menor em função do grau de consciencialização acerca da existência do exercício desse poder e na medida em que nos percepcionamos (ou não) como mais dependentes desse outro do que esse outro de nós.

É através das relações do quotidiano que estas (e outras) formas de subalternidade estrutural se perpetuam, já que as mentalidades se constituem numa das formas mais consistentes de dominação estrutural socialmente existentes.

Mas uma vez que o Dia Internacional da Mulher existe e está aí, por que não aproveitá-lo para iniciar este processo de rebelião social dizendo "não" a formas subalternas (e/ou delegadas) de exercício da cidadania? Instituto de Educação da Universidade do Minho ( mjcasanova@ie.uminho.pt )

quinta-feira, 3 de março de 2011

Uma modesta proposta

"Uma modesta proposta", panfleto-conto-ensaio de Jonathan Swift, é considerado por alguns o texto pioneiro do humor negro moderno. Aqui em tradução da prof. Helena Barbas.
A ler e - por favor - a comentar. Acredito que se vão divertir, e que o texto vos vai fazer pensar, meus caros.

Um poema escrito com a vida e uma câmara de filmar

I, Alexandre Borges, 3/3/11

Shi. É assim que se diz e escreve "poesia" em coreano. Shi, uma palavra ínfima e una, atómica, aparentemente feminina, quase uma nota musical - como a poesia. E "Shi" é precisamente a forma mais poética de olhar a realidade dos cinemas nacionais pós-Óscares: começou a ressaca.

As distribuidoras saberão as linhas com que se cosem, mas é difícil perceber a enxurrada de estreias de filmes nomeados nos 15 dias que antecedem a cerimónia da Academia e que nenhuma pessoa normal consegue acompanhar, para depois desaguar no deserto das semanas seguintes. Veja-se o cartaz de hoje: sete novidades e tão pouco que interesse.

Esse pouco que importa é "Shi", filme que não esteve nos Óscares, mas que nos leva a outra questão: à estranha categoria do melhor filme em língua estrangeira. Esse prémio de consolação sempre soube a gesto paternalista de uma academia que deveria ter a coragem de reduzir os Óscares aos filmes de língua inglesa ou abrir verdadeiramente a competição ao cinema mundial.

No entanto, em alguns anos excepcionais, o apertado filtro dedicado ao resto do mundo consegue o milagre de reunir uma amostra realmente boa da produção mundial. No ano passado, por exemplo, encontrávamos "Um Profeta", "O Laço Branco", "O Segredos dos Seus Olhos" e "A Teta Assustada", um cabaz de raro luxo. Já em 2011, custa perceber por que não cabem "Lola", "Cela 211", "Cópia Certificada" ou "Poesia" num leque que albergou, por exemplo, "Biutiful".

De conversa em conversa em modo cerejas, umas atrás das outras, voltamos a "Shi". É que vê-se "Poesia" e pensa-se que talvez fosse isto que Iñárritu queria fazer de "Biutiful" e não conseguiu: conjugar múltiplas dimensões numa personagem e conseguir que todas se completem numa só história. É um projecto difícil, certamente ao alcance de poucos e não se pode crucificar ninguém por tentar, mas Lee Chang-dong não se limita a tentar; concretiza.

"Poesia" tem múltiplos caminhos percorridos por uma só mulher: uma senhora sexagenária que se veste de modo elegante, mas de posição social humilde. Para ganhar a vida, trabalha para um velho homem a quem dá banho e limpa a casa; para satisfazer outras ambições, frequenta um curso de poesia onde tem a missão de entregar um poema, o primeiro da sua vida, até à última aula. Mas há vida para além do trabalho e dos sonhos: há um corpo que acusa os primeiros sintomas da doença de Alzheimer e há o plano da família onde se vê confrontada com a descoberta de que o neto e os amigos violaram repetidamente uma menina que acaba de se matar.

Como se transformam tantas histórias numa só história? Com a mestria de um grande contador delas. O Alzheimer vai, lentamente, desvincular esta mulher da realidade, uma realidade a que precisa de fugir, uma realidade medonha a que se vai religar num plano superior de beleza no poema que tem de escrever.

Prémio de melhor argumento no Festival de Cannes, "Poesia" parece vir dum tempo que pouco tem a ver com a passadeira vermelha dos Óscares. Nada o impede de lá estar, mas, em rigor, não é difícil ver que são dois mundos que não se compreendem. Um fala do que está à vista; o outro do que não se vê.

Lee Chang-dong perguntou, a propósito deste filme, que significado teria escrever poesia quando as pessoas já não a lêem. E que significaria fazer filmes quando os filmes estão a morrer. A resposta é luxuosa e eloquente: são estas duas horas e vinte de beleza e cicatrizes, num cinema perto de si. Um poema da condição humana escrito com palavras tão improváveis como karaoke, badmínton ou viagra. Crítico de cinema

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Um texto a analisar

António Ribeiro Ferreira
Correio da Manhã (21/2)
Um filme de terror
Dezenas de jornalistas andam a mostrar ao mundo as ruas árabes. Os relatos são emocionantes, cheios de amor, democracia e liberdade. De um lado os bons, os que gritam, do outro os maus, os que reprimem.
São histórias de fazer chorar as pedrinhas das calçadas. Uns são imbecis de pai e mãe. Outros não. São mentirosos, manipuladores e amantes do terror islâmico. A realidade para esta gente é uma maçada e fazem tudo o que podem para a esconder. No meio dos jasmins, dos muros de Berlim e das revoluções de Abril, bandos de selvagens violaram uma jornalista americana no Cairo aos gritos de judia. Pois é. Bem podem estes militantes da barbárie esconderem a verdade. O que se está a passar no Médio Oriente e Norte de África é uma ameaça séria ao modo de vida ocidental. Um verdadeiro filme de terror.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Uma crítica de cinema

Um discurso crítico é sempre um exercício de inteligência. Mas por vezes pode acertar ao lado. Eu por acaso acho este filme (o título em inglês é mais expressivo, Love & Other Drugs) uma excelente sátira política (com o seu quê até de proselitismo bem-pensante do liberalismo de esquerda norte-americano) embrulhada de comidrama romântico. E acho que tenho razão. Mas como o provo? Bem, não se pode provar uma "opinião", mas podemos sustentar uma argumentação... com trechos do próprio texto, neste caso do texto fílmico. A cena final então é todo um programa.
Aqui fica a de Vasco Câmara que, um dia não são dias, me parece um exemplo de tiro ao lado.

Crítica no Ípsilon por:
Vasco Câmara (Público 4/2)

Lá estão Jill Clayburgh e George Segal (numa sequência, fazem os pais da personagem de Jake Gyllenhaal), e isto deve ser a homenagem de Zwick a um outro tempo da comédia (sexual) americana, a dos anos 70. O filme está carregado de missão: fazer comédia (sexual) para adultos. Louvável intento. Mas sobra-lhe em programa o que lhe falta em sensualidade - Zwick é um realizador solene, e é apanhado em falso na comédia como um amante inábil na cama.

É verdade que os actores são obrigados a despir-se cena sim, cena não, e como eles são bonitos! Só que a coisa se torna claustrofóbica, compulsiva e angustiante. Fala-se do Viagra, Jake e Anne são monotemáticos, é o sexo, o sexo - incapazes de ligação afectiva, ela por causa do Parkinson que lhe cortou o futuro, ele pela natureza predadora -, e um dia, claro, vão descobrir o sentimento. (Ou seja, o mesmo de sempre, desta vez sem roupa). Mas progride-se de demonstração em demonstração. E mesmo não esquecendo a mama dela e o rabo dele, é uma contradição uma comédia sexual ser cinema com a libido em perda.

Visual Editions

Livros visuais? Bem, já existiam, mas o que este artigo assinala (para além da clássica assumpção de que as novidades vêm sempre de Londres/NY, tal como antes elas e os bebes vinham de França) é a chegada desses livros ao mercado principal.

A escritora portuguesa Ana Hatherly falou de como o seu interesse pela caligrafia chinesa partiu de uma ignorância: ela não sabia ler o sentido daqueles caracteres, pelo que concentrou a sua atenção na forma, e achou-os "muito bonitos".

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Aulas 1 e 2 - o sumário possível

Aula 1
1. Apresentação do programa e do formato da cadeira. Discussão teórica, noção de paraliteratura,o princípio da amostra médica: bibliografia activa, bibliografia passiva.
2. Calendário e critérios de avaliação. Notificação: há que saber escrever correctamente...
3. Dom Quixote e Sancho Pança: aula viva/planificação. Há um modelo de trabalho, um programa claro. Mas, por vezes, a manta fica curta nos pés ou na cabeça. O texto escrito deve ser rigoroso, e aluno e professor têm por dever ler.
4: O dilema do intelectual no momento de agarrar a realidade: Elmer Fudd aos tiros ao Bugs Bunny.
5. Para que serve a crítica (a continuar)? A anedota do "crítico de cinema": contar o fim, lamentar que o casaco azul não seja verde.

Aula 2
1.Linhas de leitura - amostra: história do Careca e da partida de mau gosto.
2.Camões: "E tal o amor tiverdes tereis o entendimento de meus versos".
2.1. que 'amor' é este? Pode ser substituído por outras qualidades?
2.2. Contributos para uma teoria da recepção.
3. Amostra de 2.1: Fernando Aguiar - como assim, um soneto?
4. O texto conforme e o texto disforme (a desenvolver em aulas futuras, nomeadamente sobre Imprensa decoração e cultura de massa). Dizer o que o leitor quer ouvir Vs. dizer o que se tem para dizer.
5. Exercício escrito (e teste-diagnóstico): "As palavras são apenas uma memória".

Por favor, se têm sumários alternativos, ou algo a acrescentar, coloquem aqui. Comparar notas é bom. E, obviamente, duas cabeças podem ter melhor memória que apenas uma.
(Excepto, naturalmente, em caso de divórcio - aí talvez o melhor fosse mesmo às vezes apagar as memórias, mas pronto.)

Novos autores do blog

Ingo König, Ana Gabriela Pereira, Paula Garcia, Afonso Reis Cabral.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Um link interessante

http://www.livrariapoetria.com/

TÉCNICAS DE EDIÇÃO

Está aberto oficialmente o semestre de Técnicas de Edição 2011.

Chequem esta página para ver propostas de exercícios, problemas, os problemas que os problemas levantam e - isso a par dos habituais anúncios, comentários, posts sobre coisas interessantes relacionadas como O Maravilhoso Reino Natural da Edição.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Bem vindos ao blog da cadeira de Literaturas marginais 2011

Espero que este seja um bom instrumento de trabalho. A sua qualidade depende da nossa participação. Aqui serão afixados boletins informativos, textos interessantes para disciplina, notícias de última hora, etc.


Para já, o plano do semestre:

Literaturas marginais
2º Semestre – 2010-11
Docente: Rui Zink
zink.rui@gmail.com
http://litmarge11.blogspot.com

O objectivo desta cadeira de opção é reflectir sobre um leque, não coerente, de géneros e formas que, de algum modo, não são geralmente integradas no (também discutível) cânone do que é considerado “literatura”.
Fica claro que o programa não esgota o que possa ser “literatura marginal”. Cada item será acompanhado por um estudo de caso.

0. Literatura marginal
0.1. Há um cânone literário?
0.2. Marginal – um conceito equívoco

1. Paraliteraturas impressas
1.1. Literatura de cordel
Frei Lucas de Santa Catarina
1.2. Policial/ficção científica
Stanislaw Lem, Solaris, Dennis McShade e A mão direita do diabo
1.3. Imprensa do coração
A fotonovela de Corin Tellado
1.4. Sátira e humor
Vilhena
1.5. Banda desenhada/Literatura gráfica
Vânia, Escala em Orongo
1.6. Crónicas de imprensa
Lobo Antunes, Miguel Esteves Cardoso
1.7. Canção
Sérgio Godinho, Leonard Cohen
1.8. Outras

2. Paraliteraturas expressas
2.1. Teatro/happening/performance
Felizes da Fé
2.2. Poesia visual/experimental
Po.Ex (Hatherly, Melo e Castro)
2.3. Livro objecto /Mail Art
Fernando Aguiar/José Oliveira
2.4. Cinema
Vale Abraão (Agustina e Oliveira)
2.5. Rádio/TV
Dennis Potter
2.6. Internet, hipertexto, e-leitores
Os Surfistas, Arquivo Pessoa
2.7.Outras

Bibliografia activa
AGUIAR, Fernando (1981), O Dedo, Lisboa, Ed. Do A.
BARTHES, Roland (1977), Fragments d'un Discours Amoureux, Paris, Seuil. Ed. ut.: Fragmentos de um Discurso Amoroso, Lisboa, Ed. 70, s.d.
BAXTER, Glen (1990), The Billiard Table Murders, London, Picador
CÓRTAZAR, Julio (1967), La Vuelta al Dia en Ochenta Mundos (2 tomos), Madrid, Siglo XXI de España, 1973
MILLER, Frank (1987), The Dark Knight Returns, New York, DC Comics
MOTA, Augusto; DIAS, Nelson (1973), Wanya – Escala em Orongo, Lisboa, Assírio e Alvim, Gradiva 2008
PINTO, Júlio;SARAIVA Nuno (1996), Filosofia de Ponta, Lisboa, Contemporânea
RODRIGUES, Graça Almeida (1981), Vida e Obra de Frei Lucas de Santa Catarina, Lisboa, Imprensa Nacional
HATHERLY, Ana (1975), A Reinvenção da Leitura - Breve Ensaio Crítico seguido de 19 Textos Visuais, Lisboa, Futura
McCLOUD, Scott (1993), Understanding Comics – The Invisible Art, Northampton MA, Kitchen Sink Press
OULIPO (1973), La Littérature Potentielle, Paris, Gallimard
SPIEGELMAN, Art (1986), Maus – A Survivor's Tale, Vol. I., New York, Pantheon. Ed. ut.: Maus, Lisboa, Difel, 1988
(1991),Maus – A Survivor's Tale,Vol. II, New York, Pantheon. Ed. ut.: Maus, Lisboa, Difel, 1995
VONNEGUT, Kurt (1973), Breakfast of Champions, London, Cape

Bibliografia passiva
BORQUE, J.M. DIEZ (1972), Literatura y Cultura de Masas, Madrid, Al-Borak
BOURDIEU, Pierre (1992), Les Règles de l'Art – Genèse et Structure du Champ Littéraire, Paris, Seuil
CASTRO, Ernesto Melo e; HATHERLY, Ana (1981), Po.Ex – Textos Teóricos e Documentais da Poesia Experimental Portuguesa, Lisboa, Moraes
LOPES, Silvina Rodrigues (1994), A Legitimação em Literatura, Lisboa, Cosmo
PIMENTA, Alberto (1978), O Silêncio dos Poetas, Lisboa, Regra do Jogo
(1994) A Magia que tira os Pecados do Mundo, Lisboa, Cotovia
SARAIVA, Arnaldo (1974), A Crítica Literária e a Crítica Literária em Portugal, Porto, Faculdade de Letras
(1975), Literatura Marginal izada, Porto, s.e.
(1980) Literatura Marginal izada, Porto, Árvore
ZINK, Rui (1999), Literatura Gráfica, Lisboa, Celta
(2000), O Humor de Bolso de José Vilhena, Lisboa, Celta

Netografia
http://www.nfb.ca/film/ladies_and_gentlemen_mr_leonard_cohen/
http://arquivopessoa.net/
Etc…