sábado, 30 de abril de 2011

Livro assim ou assado

(Isto é um comentário que não consegui fazer no devido lugar - o video da entrevista anteriormente postado -, por causa de complicações técnicas de identidade. Movida pela irritação, postei como "mensagem". Um simples pormenor de formato, não é? O que importa é que está aqui o que penso.)


Porquê conceber uma capa dura com um punhado de folhas lá dentro como um objecto sacro? Eu admiro a transportabilidade do livro, o facto de poder tirar notas e sublinhar no seu suporte de papel, o formato "organizadinho" do objecto em si. Mas não posso tirar o mérito aos livros em digital, que já tanto me auxiliaram em trabalhos académicos, por exemplo. Não há orçamento que aguente o desejo que um espírito tem de instrução, se este só encontrar realização na materialidade.
A música perdeu qualidade desde que passou a ser ouvida nos mp3? Então estou segura de que um livro não deixará morrer a literatura só porque esta se transportou para outro corpo. A alma, que são as palavras (difícil conclusão), mantém-se intacta e inabalável. No big deal.
No fundo, estamos aqui em mãos com a questão de Benjamin sobre a "Reprodutibilidade Técnica", a qual democratizou o acesso às obras de arte.
Isso é mau?

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